Doces perdicoes, veio para celebrar meu doce envelhecimento, uma real necessidade de conversar comigo mesma, pois com tantos tubarões sinto-me estranha dentre eles...


sábado, 28 de maio de 2011

primeira vez

A primeira vez




Você sempre me disse que sua maior mágoa era eu nunca ter escrito um texto sobre você. Nem que fosse te xingando, te expondo. Qualquer coisa.

Você sempre foi o único homem que me amou. E eu nunca te escrevi nem uma frase num papelzinho amassado.

Você sempre foi o único amigo que entendeu essa minha vontade de abraçar o mundo quando chega a madrugada. E o único que sempre entendeu também, depois, eu dormir meio chorando porque é impossível abraçar sequer alguém, o que dirá o mundo.

Outro dia eu encontrei um diário meu, de 99, e lá estava escrito “hoje eu larguei meu namorado sentado e dancei com ele no baile de formatura”. Ele, no caso, é você. Dei risada e lembrei que em todos esses anos, mesmo eu nunca tendo escrito nenhum texto para você, eu por diversas vezes larguei vários namorados meus, sentados, e dancei com você. Porque você é meu melhor companheiro de dança, mesmo sendo tímido e desajeitado.

Depois encontrei uma foto em que você está com um daqueles óculos escuros espelhados de maconheiro. E eu de calça colorida daquelas “bailarina”. E nessa época você não gostava de mim porque eu era a bobinha da classe. Mas eu gostava de você porque você tinha pintas e eu achava isso super sexy. E eu me achei ridícula na foto mas senti uma coisa linda por dentro do peito.

Aí lembrei que alguns anos depois, quando eu já não era mais a bobinha da classe e sim uma estagiária metida a esperta que só namorava figurões (uns babacas na verdade), você viu algum charme nisso e me roubou um beijo. Fingindo que ia desmaiar. Foi ridículo. Mas foi menos ridículo do que aquela vez, ainda na faculdade, que eu invadi seu carro e te agarrei a força. Você saiu cantando pneu e ficou quase dois anos sem falar comigo.

Eu não sei porque exatamente você não mereceu um texto meu, quando me deu meu primeiro cd do Vinícius de Morais. Ou quando me deu aquele com historinhas de crianças para eu dormir feliz. Ou mesmo quando, já de saco cheio de eu ficar com você e com mais metade da cidade, você me deu aquele cartão postal da Amazônia com um tigre enrabando uma onça.

Também não sei porque eu não escrevi um texto quando você apareceu naquela festa brega, me viu dançando no canto da mesa, e me disse a frase mais linda que eu já ouvi na minha vida “eu sei que você não gosta de mim, mas deixa eu te olhar mesmo assim”.

Talvez eu devesse ter escrito um texto para você, quando eu te pedi a única coisa que não se pede a alguém que ama a gente “me faz companhia enquanto meu namorado está viajando?”. E você fez. E você me olhava de canto de olho, se perguntando porque raios fazia isso com você mesmo. Talvez porque mesmo sabendo que eu não amava você, você continuava querendo apenas me olhar. E eu me nutria disso. Me aproveitava. Sugava seu amor para sobreviver um pouco em meio a falta de amor que eu recebia de todas as outras pessoas que diziam estar comigo.

Depois você começou a namorar uma menina e deixou, finalmente, de gostar de mim. E eu podia ter escrito um texto para você. Claro que eu senti ciúmes e senti uma falta absurda de você. Mas ainda assim, eu deixei passar em branco. Nenhuma linha sequer sobre isso.

Depois eu também podia ter escrito sobre aquele dia que você me xingou até desopilar todos os cantos do seu fígado. Eu fiquei numa tristeza sem fim. Depois pensei que a gente só odeia quem a gente ama. E fiquei feliz. Pode me xingar quanto você quiser desde que isso signifique que você ainda gosta um pouquinho de mim.

Minhas piadas, meu jeito de falar, até meu jeito de dançar ou de andar. Tudo é você. Minha personalidade é você. Quando eu berro Strokes no carro ou quando eu faço uma amiga feliz com alguma ironia barata. Tudo é você. Quando eu coloco um brinco pequeno ao invés de um grande. Ou quando eu fico em casa feliz com as minhas coisinhas. Tudo é você. Eu sou mais você do que fui qualquer homem que passou pela minha vida. E eu sempre amei infinitamente mais a sua companhia do que qualquer companhia do mundo, mesmo eu nunca tendo demonstrado isso. E, ainda assim, nunca, nunquinha, eu escrevi sequer uma palavra sobre você.

Até hoje. Até essa manhã. Em que você, pela primeira vez, foi embora sem sentir nenhuma pena nisso. Foi a primeira vez, em todos esse anos, que você simplesmente foi embora. Como se eu fosse só mais uma coisa da sua vida cheia de coisas que não são ela. E que você usa para não sentir dor ou saudade. Foi a primeira vez que você deixou eu te olhar, mesmo você não gostando de mim.

E foi por isso, porque você deixou de ser o menino que me amava e passou a ser só mais um que me usa, que você, assim como todos os outros, mereceu um texto meu.



Tati Bernardi

Despedida

Despedida


novembro 22, 2006 às 11:05 am
Publicado em Martha Medeiros
2 comentários



Existem duas dores de amor:

A primeira é quando a relação termina e a gente,

seguindo amando, tem que se acostumar com a ausência do outro,

com a sensação de perda, de rejeição e com a falta de perspectiva,

já que ainda estamos tão embrulhados na dor

que não conseguimos ver luz no fim do túnel.



A segunda dor é quando começamos a vislumbrar a luz no fim do túnel.



A mais dilacerante é a dor física da falta de beijos e abraços,

a dor de virar desimportante para o ser amado.

Mas, quando esta dor passa, começamos um outro ritual de despedida:

a dor de abandonar o amor que sentíamos.

A dor de esvaziar o coração, de remover a saudade, de ficar livre,

sem sentimento especial por aquela pessoa. Dói também…



Na verdade, ficamos apegados ao amor tanto quanto à pessoa que o gerou.

Muitas pessoas reclamam por não conseguir se desprender de alguém.

É que, sem se darem conta, não querem se desprender.

Aquele amor, mesmo não retribuído, tornou-se um souvenir,

lembrança de uma época bonita que foi vivida…

Passou a ser um bem de valor inestimável, é uma sensação à qual

a gente se apega. Faz parte de nós.

Queremos, logicamente, voltar a ser alegres e disponíveis,

mas para isso é preciso abrir mão de algo que nos foi caro por muito tempo,

que de certa maneira entranhou-se na gente,

e que só com muito esforço é possível alforriar.



É uma dor mais amena, quase imperceptível.

Talvez, por isso, costuma durar mais do que a ‘dor-de-cotovelo’

propriamente dita. É uma dor que nos confunde.

Parece ser aquela mesma dor primeira, mas já é outra. A pessoa que nos

deixou já não nos interessa mais, mas interessa o amor que sentíamos por

ela, aquele amor que nos justificava como seres humanos,

que nos colocava dentro das estatísticas: “Eu amo, logo existo”.



Despedir-se de um amor é despedir-se de si mesmo.

É o arremate de uma história que terminou,

externamente, sem nossa concordância,

mas que precisa também sair de dentro da gente…

E só então a gente poderá amar, de novo.



Martha Medeiros

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Enfeitiçada



Quanto mais o tempo passa mais eu descubro quanto tempo desperdiçado, quantas ilusões criadas, quanto tormento atormentado e por fim percebo que tudo não valeu a pena, que todos os anos em que suspirei profundamente sonhando em conquistar sonhando em ter, noto hoje que tudo em vão, que nada valeu a pena mesmo, que o principe que sonhei nunca existiu "foi ilusão" "devaneio", me senti uma criança que sonha com coisas surreais..sonhei e amei um ser surreal que quando penso que posso ter, descubro que nunca tive nem por um segundo, isso dói machuca atormenta persiste em me consumir por dentro, me abarrota os sentimentos e percebo que já não sinto mais nada, não sinto mais o chão, minhas mãos, meu coração esse já despedaçou e está caido por tudo que é lugar, nem meu corpo, esses deram lugar a um ser inanimado sofrendo a cada instante por não poder tentar, todas minhas tentativas foram nulas, todos meus pensares também.
Tem momentos que não sei onde fui parar como me deixei ser consumida por algo que me cegou, que me deixou esquecer que eu era tão forte que sempre conseguia me controlar com sentimentos do tipo não me quer tem quem me queira, não preciso não dependo de ninguém para ser feliz, minha felicidade se resume a mim...até que um dia fui tola me deixei ser seduzida, quebrei regras e fui quebrada por ela, também pudera era só olhar naqueles olhos que me derretia, era só ouvir aquela voz que me estremecia, pensei q nunca passaria por nada assim, pensei que Deus ainda me amava e me protegia da bondade de gente ruim...e da maldade de gente boa...me enganei me enganei...hoje sofro exatamente pela ilusão que criei devia ter ouvido conselhos do bom Paulo Coelho: a gente cria realidade e se torna vitima dela...foi isso que aconteceu comigo para cada gesto de carinho cada convite cada declaração achei ter encontrado o homem da minha vida, mas de certa forma encontrei sim encontrei o homem da minha vida que me fez sofrer e amar incondicionalmente de uma forma rara que nunca vivi, foram tão bons os momentos juntos, as risadas, os momentos a dois, irão ficar na memoria como reliquias que trazem amargura e sofrimento e ao mesmo tempo, desejo e sedução de mim para comigo....fui feliz ao seu lado a cada segundo a cada milimetro que chegava perto, mas pude perceber que foi você exatamente, você que me fez mudar comigo me ensinou que um dia eu ia deixar de ser tão dura comigo mesma para deixar que fossem duro comigo..inverteram-se os papéis e hoje eu sou outra...sofredora como todas as mulheres que amam e não são amadas, que sonham e são excluídas da realidade, realmente hoje posso dizer que fui enfeitiçada.

domingo, 20 de março de 2011

Saudade

A DOR QUE DÓI MAIS




Trancar o dedo numa porta dói. Bater com o queixo no chão dói. Torcer o tornozelo dói. Um tapa, um soco, um pontapé, dóem. Dói bater a cabeça na quina da mesa, dói morder a língua, dói cólica, cárie e pedra no rim. Mas o que mais dói é saudade.

Saudade de um irmão que mora longe. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade do gosto de uma fruta que não se encontra mais. Saudade do pai que já morreu. Saudade de um amigo imaginário que nunca existiu. Saudade de uma cidade. Saudade da gente mesmo, quando se tinha mais audácia e menos cabelos brancos. Dóem essas saudades todas.

Mas a saudade mais dolorida é a saudade de quem se ama. Saudade da pele, do cheiro, dos beijos. Saudade da presença, e até da ausência consentida. Você podia ficar na sala e ele no quarto, sem se verem, mas sabiam-se lá. Você podia ir para o aeroporto e ele para o dentista, mas sabiam-se onde. Você podia ficar o dia sem vê-lo, ele o dia sem vê-la, mas sabiam-se amanhã. Mas quando o amor de um acaba, ao outro sobra uma saudade que ninguém sabe como deter.



Saudade é não saber. Não saber mais se ele continua se gripando no inverno. Não saber mais se ela continua clareando o cabelo. Não saber se ele ainda usa a camisa que você deu. Não saber se ela foi na consulta com o dermatologista como prometeu. Não saber se ele tem comido frango de padaria, se ela tem assistido as aulas de inglês, se ele aprendeu a entrar na Internet, se ela aprendeu a estacionar entre dois carros, se ele continua fumando Carlton, se ela continua preferindo Pepsi, se ele continua sorrindo, se ela continua dançando, se ele continua pescando, se ela continua lhe amando.



Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche.



Saudade é não querer saber. Não querer saber se ele está com outra, se ela está feliz, se ele está mais magro, se ela está mais bela. Saudade é nunca mais querer saber de quem se ama, e ainda assim, doer.



Martha Medeiros

terça-feira, 10 de agosto de 2010

*****
"Seja quente ou seja frio, não seja morno que eu te vomito. É exatamente isso que está escrito na carta de Laudiceia. É preferível o erro à omissão . O fracasso, ao tédio.Faça, erre, tente, falhe, lute. Orgulhe-se de suas conquistas e até mesmo de seus erros. Superem os seus mestres.
Façam história, arrisquem-se, realizem o milagre de ter vivido plenamente.

E isso se chama SUCESSO.
*****
Nizan Guanaes

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Dar não é fazer amor – Poesia


Dar é dar.




Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador, é esplêndido.



Mas dar é bom pra cacete.



Dar é aquela coisa que alguém te puxa os cabelos da nuca…



Te chama de nomes que eu não escreveria…



Não te vira com delicadeza…



Não sente vergonha de ritmos animais. Dar é bom.



Melhor do que dar, só dar por dar.



Dar sem querer casar….



Sem querer apresentar pra mãe…



Sem querer dar o primeiro abraço no Ano Novo.



Dar porque o cara te esquenta a coluna vertebral…



Te amolece o gingado…



Te molha o instinto.



Dar porque a vida é estressante e dar relaxa.



Dar porque se você não der para ele hoje, vai dar amanhã, ou depois de amanhã.



Tem pessoas que você vai acabar dando, não tem jeito.



Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem



esperar ouvir futuro.



Dar é bom, na hora.



Durante um mês.



Para os mais desavisados, talvez anos.



Mas dar é dar demais e ficar vazio.



Dar é não ganhar.



É não ganhar um eu te amo baixinho perdido no meio do escuro.



É não ganhar uma mão no ombro quando o caos da cidade parece querer te abduzir.



É não ter alguém pra querer casar, para apresentar pra mãe, pra dar



o primeiro abraço de Ano Novo e pra falar:



“Que que cê acha amor?”.



É não ter companhia garantida para viajar.



É não ter para quem ligar quando recebe uma boa notícia.



Dar é não querer dormir encaixadinho…



É não ter alguém para ouvir seus dengos…



Mas dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito.



Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.



Esse sim é o maior tesão.



Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises e faz você flutuar



Experimente ser amado…



Tati Bernardi

Momento de fúriaaaaaaaaa

Bom como acabaram as férias, sabia que ao voltar ao meu glorioso trabalho eu receberia algumas novidades, e sabia que mts coisas estavam por vir ainda..rs, pois bem que dizem que mulher tem um sentido aguçado e não é mesmo que meus presentimentos não me enganaram..cá estou eu neste exato momento as 03h37 da madrugada de sábado ainda trabalhando, isto mesmo estou no trabalho acompanhando manutenção, mas vai lá o que que tem demais?? trabalhar a madrugada toda? quando nem ao menos te avisaram que isto iria ocorrrer? acredita? NÃO FUI AVISADAAAAAAAA...e meus compromissos na manhã de sábado como que ficam?? ah detalhe não poderia ir pq ou escolho dormir para poder conseguir trabalhar no sábado a noite e tb esperando que tenho que descansar para aguentar o turbulento domingo...então nadica de nada no sábado pela manhã...magnifico isso...perder tudo que queria fazer pela manhã de um sábado..tudo bem que chuvoso mas seria meu sábado de junho...
Mas não pensem que não roguei pragas absurdas a estes serzinhos que ainda tiveram a coragem de dizer para o rapaz que ia fazer a manutenção: " A Ana Lúcia vai acompanhar" deixa estar...minha praga pega a kilometros imagina a vocês que trabalham tão pertinho...hehhehee

Aiii que raivaaaaaaaaaa....que odiooo que vontade de matar duas pessoinhas...só duas...rsrs